Manual Prático de Combate Espiritual
Vivemos em um tempo de muitos conflitos, seja de ordem social, política ou moral. Ouvimos rumores de guerras, terrorismos e todos os tipos de violências em todos os lugares. Porém, nosso maior conflito é de ordem espiritual. Paulo em sua epístola aos Efésios exorta-nos: “pois não é contra homens de carne e sangue que temos que lutar, mas contra os principados e potestades, contra os espíritos dirigentes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nos ares (Efe 6, 13).
Estamos vivendo sem dúvida alguma um Combate Espiritual, ou seja, a luta do espírito contra a carne, a realidade espiritual contra a realidade temporal. Devemos lutar para que à vontade da carne não prevaleça, e sim à vontade do espírito, o maligno, porém, é esperto, sabe como se introduzir no sentido, na imaginação e na libido, através de uma lógica utópica, contudo, não podemos deixar-nos enganar e aceitar as tentações que ele nos apresenta. Enquanto estivermos neste mundo seremos tentados, “a vida do homem na terra é uma contínua tentação” (Jó 7, 1).
Assim como o fogo prova o ferro, a tentação prova o justo, devemos, pois, resisti-las “com orações e súplicas de toda a sorte...”(Efe 6, 18). Nenhum homem está livre de ser tentado, pois já nascemos com inclinações ao pecado: “eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado” (Sl 50, 7). Entretanto, temos a certeza que não seremos provados acima de nossas forças, como São Paulo nos assegura em (1 Cor 10, 13).
Para resistir às tentações temos duas opções: fugir das ocasiões de pecado ou resisti-las com orações. Evitar as ocasiões de pecado não basta, é necessário arrancá- las, queimá-las no fogo do Espírito, por isso devemos ter uma vida de oração.
Dessa forma, percebemos que uma completa a outra. A batalha é árdua, ao mesmo tempo em que temos de lutar contra nós mesmo (más inclinações), pois somos fracos de vontade, faz-se necessário lutar contra as potências inimigas, que ao nosso redor ladra como um cão feroz, procurando a quem devorar.
Ser vigilantes, nos tempos atuais é de extrema importância: “vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora” (Mat 25, 13). Resiste no principio, Tarde chega o remédio Se já, por largo tempo, A mal lançou raiz. O inimigo nunca chega de uma vez, apresentando-nos uma grande tentação. Ele é astuto, pois sabe que se assim fizer resistiríamos, ele primeiro nos oferece um simples pensamento, depois uma importuna imaginação, logo o desejo, o movimento desordenado, por fim o consentimento da vontade.
A Bíblia Amplificada traduz: "Orai em todo tempo - em cada ocasião, em cada época - no espírito, com toda (maneira de) oração e súplica”. Se não vigiamos com orações o inimigo aos poucos vai conquistando o nosso coração até tomar posse de tudo.
Como em uma guerra é importante, conhecer o inimigo, as armas que possuí, quais as formas de ataque que ele utiliza. Neste Combate Espiritual devemos seguir as mesmas regras, as principais formas de ataque de satanás são:
- convencer-nos que ele não existe: engana-se quem acredita que essa tática do maligno é “furada”. Para muitos hoje, o demônio não passa de uma figura mitológica, medieval, folclórico que existiu no passado. Hoje, infelizmente, existem teólogos e exegetas que negam até mesmo os exorcismos de Nosso Senhor. Dos 105 exorcistas franceses, apenas 5 acreditam na existência do demônio, como nos traz o Padre Amorth, no seu livro Exorcismos e Psiquiatras. Algumas citações: (Mat 4, 1.10-11) / (Mac 3, 11) / (Jo 13, 26b-27a).
- vermos demônio em tudo e em todos: este é outro perigo, começamos achar que tudo de ruim que nos acontece é motivado pela sua presença.
- pelo medo: nenhum medo vem de Deus, por isso devemos renunciá-los. Os medos são portas abertas para o inimigo agir em nossas vidas. “O senhor é meu pastor e nada me faltará” (Sl 22, 1).
- Pela culpa, real ou imaginária: o papel de acusador cabe ao demônio (Sl 109,6; Zc 3, 1-2;), (especialmente dos pecados passados), porém não há pecado que Deus não perdoe, “Teus pecados estão perdoados!" (Mc 2,5; Lc 7,48).
- Por nossas emoções (para nos manter voltados para nós mesmos). - pela mentira, divisão, criar desconfianças, semear desarmonia; deformar, distorcer e aumentar os fatos, de modo a criar um abismo entre os irmãos. No mundo, Satanás age levando a perdição nas famílias, a desestruturação de governos através da corrupção, da sociedade materialista, da pornografia, do homossexualismo, do adultério, da fornicação e tantas outras formas. O dia em que o senhor voltará, está próximo, por isso o inimigo tem tentado destruir o plano de Deus (a salvação dos homens) de todas as formas. Será difícil vencer a batalha utilizando pequenas armas, enquanto o inimigo utiliza de canhões. Indubitavelmente a vitória já foi conquistada na Cruz, porém o maligno quer tirar de nós esta vitória, e ele só irá conseguir se nós entregarmos a ele. É necessário mantê-la conosco, defendendo-nos de seus ataques. ![]()
“Mas em todas essas coisa somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Rm 8, 37).
Essa defesa se dará com poderosas armas espirituais que Deus nos concede:
O Santo Rosário – Pio XI: “Uma arma poderosíssima para pôr em fuga os demônios .... Ademais, o Rosário de Maria é de grande valor não só para derrotar os que odeiam a Deus e os inimigos da Religião, como também estimula, alimenta e atrai para as nossas almas as virtudes evangélicas” (Encíclica Ingravescentibus malis, de 29 de setembro de 1937).
O Jejum – Diz Santo Atanásio: “Queres saber o que o jejum faz? […] Expulsa os demônios e liberta dos maus pensamentos, alegra a mente e purifica o coração”. (INSTRUMENTUM LABORIS).
A Penitência (sacramento) – A confissão é uma poderosa arma de defesa, pois com ela quebrantamos nosso coração diante de Deus apresentando nossos pecados recebendo o perdão libertador! “O pecado é antes de tudo uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com ele. Ao mesmo tempo é um atentado à comunhão com a Igreja. Por isso, a conversão traz simultaneamente o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e da Reconciliação” (Catecismo, 1440). Por meio deste sacramento desmascaramos ainda o inimigo, pois trazemos para a Luz de Cristo aquilo que eram trevas em nosso ser.
A Eucaristia – “ela é o antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais”, é o alimento da alma, união verdadeira com Deus, nela encontramos reconciliação e redenção, "Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente” (João 7, 51).
A Palavra de Deus – cada palavra da Bíblia está dotado de poder, Jesus curava pelo poder da palavra, se queremos ser curados, libertos, cheios de Espírito de Deus, devemos ter lê-la.
Extraído do livro: Orações de Combate Espiritual, de Alexandre Borges
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